Capela do Bom Despacho

Exemplar religioso maneirista e barroco, dotado de planta longitudinal de nave única e capela-mor, reflete exteriormente uma linguagem arquitetónica e uma volumetria despojadas. Uma estrutura alpendrada, apoiada em dois colunelos e encimada por um pequeno vão circular, adossada a uma frontaria simples com
um pórtico retangular ornamentado por dois vãos quadrangulares, compõem a fachada principal. À direita, e de construção mais recente, completa o conjunto uma torre sineira com cúpula piramidal, rematada por quatro gárgulas e quatro pináculos que lhe decoram a cornija.
Julga-se ter sido mandada edificar por um dos abades de Gominhães, Amador Rodrigues, desconhecendo-se a data em que a obra teve início. Sob alçada de uma Irmandade criada em 1739, a Capela de Nossa Senhora do Bom Despacho teve, até à extinção do couto de S. Torcato (a 7 de Janeiro de 1835), gestão conjunta do Cabido da Colegiada de Guimarães e do pároco da freguesia.
Situada na estrema nascente de Gominhães, em terras outrora integrantes do couto de S. Torcato, a Capela de Nossa Senhora do Bom Despacho insere-se numa paisagem tipicamente minhota, onde os campos de cultivo surgem pontuados por casas e respetivas estruturas agrícolas de apoio. Destas, e na envolvente
mais imediata, merece especial destaque a Quinta do Arrabalde, onde viveu e faleceu João de Meira, médico e figura de vulto da cultura vimaranense, que se destacou como escritor e historiador. A sua sepultura está preservada no alpendre.