Dora Rodrigues, Rossana Rinaldi, Marco Alves dos Santos, André Henriques e Cristóvão Luiz
Elementos | |
---|---|
Convento de Santo António dos Capuchos Rua Dr. Joaquim de Meira | ![]() |
- Concertos
Dora Rodrigues, Rossana Rinaldi, Marco Alves dos Santos, André Henriques e Cristóvão Luiz
"ROSSINI SACRO"
21:30
SINOPSE
Este concerto está marcado pela figura da Virgem Dolorosa.
Face à impossibilidade, pelas atuais circunstâncias pandémicas, de podermos executar esta magnífica obra com Coro e Orquestra, ouviremos todos os momentos pertencentes aos solistas.
Completaremos este programa “ Rossini Sacro “ com as intervenções solísticas da não menos maravilhosa “Petite Messe Solemnelle”.
BIOGRAFIAS
Dora Rodrigues
Diplomou-se no Conservatório Calouste Gulbenkian de Braga, completou a licenciatura na ESMAE com Oliveira Lopes, prosseguiu os seus estudos na Côte d’Azur com Ileana Cotrubas, em Itália com Enza Ferrari, no Liceo Musicale Manzato, e em Espanha com Elisabete Matos. Posteriormente, integrou o European Opera Center em Liverpool.
Estreou-se com o CPO no Coliseu do Porto. No Teatro S. Carlos destacam-se as participações de (Il Matrimonio Segreto), Echo (Ariadne auf Naxos), papel que cantou também em Modena e Ferrara, a protagonista de “Four Saint in Three Acts” de V. Thomson sob a direção cénica de Bob Wilson, a participação na Tetralogia “Anel de Nibelungo” de Wagner, produção criada por Graham Vick, Magda (Rondine), Blanche (Les Dialogues des Carmelites) como em vários concertos integrados no âmbito das Temporadas Sinfónicas.
Participou em gravações discográficas, incluindo a sua estreia na ópera “D. Chisciotte” de M. Garcia no Teatro de la Maestranza de Sevilha, lançada em CD pela Almaviva.
Em 2010 gravou com a Royal Liverpool Philharmonic “Il Segreto di Susanna” Wolf-Ferrari sob a direcção musical de Vasily Petrenko para a Avie Records. Apresentou-se com a European Union Youth Orchestra em Londres com Laurent Pillot, concerto gravado ao vivo pela etiqueta “The Classical Recording Company”, "Opera Premium" com a Orquestra Metropolitana para a Universal Music dirigida por João Paulo Santos e "Compositores do Porto do séc. XX" com Jaime Mota para a editora Fermata.
Foi selecionada para participar no conceituado BBC-Cardiff Singer of the World onde se apresentou com a Welsh National Orchestra dirigida por Paul Daniel. Participou no lançamento da série “Os Maias” pela Rede Globo no Rio de Janeiro e no prestigiado "Festival Les Jeunes Ambassadeur – Montreal”. Integra o L’Effetto Ensemble, projeto de câmara com o guitarrista Rui Gama, onde se destaca a gravação para a Antena 2 no CCB e a participação na 27ª e 29ª Temporadas de Música de São Roque.
Cantou com Josep Carreras em 2003 em Coimbra, sob a direção de Ferreira Lobo, e em 2012 com a Orquestra Fundação Estúdio de Guimarães dirigida por David Gimenez.
Foi-lhe atribuído o Prémio "Ribeiro da Fonte" pelo Ministério da Cultura e foi condecorada pelo Município de Braga com a Medalha de Mérito em 2012.
Foi bolseira da Fundação Engenheiro António de Almeida e da Fundação Calouste Gulbenkian e da Fundação Eng. António de Almeida.
Rossana Rinaldi
Completou os seus estudos musicais no Conservatório de Palermo, continuado a sua formação com Paolo Washington e frequentando cursos de aperfeiçoamento com Renata Scotto, Paolo Montarsolo e Mietta Sighele.
Em 2001, participou no Concerto Verdi 100, no centenário da morte de Giuseppe Verdi em Parma, dirigida pelo Maestro Zubin Metta, ao lado de Plácido Domingo, José Carreras, José Cura, Marcello Alvarez, Leo Nucci, Ruggero Raimondi, Daniela Dessí, Barbara Frittoli, Mariella Devia, Luciana D’Intino entre outros.
Em 2002, estreou-se no papel de Suzuki na ópera Madame Butterfly, no Teatro Lírico di Cagliari, no Teatro Massimo di Palermo, na Ópera di Roma e no Teatro San Carlo di Napoli. Estreou-se na Força do Destino, no Teatro Reggio di Torino e na Paukenmesse de FJ Haydn, dirigida por Zubin Mehta, no Teatro Maggio Musicale Fiorentino.
Cantou Nabucco na Arena di Verona e Teatro Reggio di Torino, Madame Butterfly no Teatro Carlo Felice di Genova, em Torre del Lago e posteriormente no Japão, numa tournée do Festival Pucciniano. Cantou a Força do Destino na Ópera de Zurique, Otello na abertura da temporada do Teatro alla Scala di Milano, sobre a direção de Ricardo Muti.
Recorda a sua estreia na Aida em 2007, na Ópera de Avenches, a Cavalaria Rusticana na Arena di Verona e no Teatro Reggio di Torino. No Teatro Comunale di Bologna cantou Sansão e Dalila e Rigoletto. No Teatro La Fenice di Venezia, Massimo di Palermo, Arena di Verona, San Carlo di Napoli e teatro Petruzzelli di Bari, cantou Madame Butterfly.
Na Arena di Verona, participou na Gala de Plácido Domingo sob sua direção. Seguidamente, e ainda sobre a direção de Domingo, cantou Aida em Tokyo.
Voltou ao Petruzzelli di Bari com a Cavalleria Rusticana e cantou o Requiem de Verdi no Festival de Perelada.
Foi Amneris na Aida, no Festival di Taormina, em Taiwan e Schwerin, Giovanna Seymour da Ana Bolena no Teatro Verdi di Trieste e Fenena do Nabucco, em Bilbao, personagem que representou na temporada do centenário da Arena di Verona.
Foi Maddalena do Rigoletto nos Teatros Reggio di Torino e San Carlo di Napoli.
Cantou a Marchesa da Filha do Regimento, em Trieste; Susuki, na Madame Butterfly, em Cagliari e na temporada do Festival de Torre del Lago, Amneris no Bucarest National Opera House, Fenena em Napoli, Adriana Lecouvreur e Gianni Schicchi no Teatro Filarmonico di Verona.
Recentemente cantou Falstaff no circuito da Fundação de teatros di Piacenza e Il Tabarro na Filarmonico di Verona.
Marco Alves dos Santos
Licenciado pela Guildhall School of Music & Drama (bolseiro Gulbenkian) apresentou-se em papéis como Tamino (Zauberflöte), Ernesto (Don Pasquale), Anthony (Sweeney Todd),.Duca (Rigoletto), Die Hexe (Hansel & Gretel), Prunier (La Rondine), Almaviva (Barbiere di Seviglia), Acis (Acis & Galatea), Male Chorus (Rape of Lucretia), Ottavio (D.Giovanni), entre outros. Em concerto destacou-se em Recitant (L'enfance do Christ), Evangelista nas Oratórias de Natal, Páscoa, Ascenção e Paixão S.S.J oão (Bach), a 9ª Sinfonia (Beethoven), Messiah (Handel), Petite Messe (Rossini), Requiem e Missa da Coroação (Mozart), Seranade for horn and strings (Britten).
Compromissos em 2019/20 incluiram, “La bonne chanson” (Fauré), Magnificat e Johannes Passion (Bach), o Te Deum (Bruckner) e Nemorino (Elisir d'Amore), Conde (Trilogia das Barcas), Ferrando (Cosi Fan Tutte), entre outros.
André Henriques
Nasceu em Lisboa e conclui o curso de canto da Escola de Música do Conservatório Nacional, na classe do professor António Wagner Diniz.
Bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian, completou o MA em Opera Performance, na Royal Welsh College of Music and Drama, com os professores Donald Maxwell e Michael Pollock. Participou em masterclasses com John Fisher, Susan Bullock, Kathryn Harries, Anne Schwanewilms, Lucia Mazzaria, David Santos e João Paulo Santos.
No domínio da ópera, interpretou Guglielmo (Così Fan Tutte), Masetto (Don Giovanni) e Figaro (Le Nozze di Figaro), com a Orquestra Metropolitana de Lisboa. Foi Brundibar, na ópera homónima no Tivoli BBVA e TNSC, Mufti (Le Bourgeois Gentilhome, Miguel Jalôto), Domestico de Lady Macbeth/ Un Sicario (Macbeth, Teatro Nacional de São Carlos), Sargeant (The Pirates of Penzance, Coral de São José). No programa ENOA, com Claudio Desderi e Yin Chen Lin, foi Filiberto (Il Signor Bruschino) e Gianni Schicchi (Gianni Schicchi), na Fundação C. Gulbenkian. Para além disto, interpretou o Gran Sacerdote di Bello (Nabucco, TNSC), Fiorello (Barbiere di Siviglia, Ginásio Ópera), Peter (Hänsel e Gretel, dir. Nuno Côrte Real), Cadmus (Semele, Nicholas Cleorbury), Polifemo (Acis e Galatea, Leonardo Garcia Alarcon), Figaro (na estreia mundial de Beaumarchais de Pedro Amaral), Fernando na estreia moderna da ópera Ines di Castro, dirigida por João Paulo Santos), Dandini (La Cenerentola, dir. David Jones), Papageno (Die Zauberflöte, dir. Gareth Jones, enc. Martin Constantine).
Recentemente, criou o papel de Macaco na ópera A Canção do Bandido, de Nuno Côrte- Real/Pedro Mexia.
Cantou ainda, com a orquestra da Welsh National Opera e com direcção de Carlo Rizzi, o papel titular de Gianni Schicchi.
Em concerto e oratório, cantou as partes de baixo-barítono das Liebeslieder Walzer de Brahms, no Festival de Música de Sintra, com João Paulo Santos e Olga Prats, Magnificat de C.P.E Bach e Ein höher tag de Homilius, Jephte de Carissimi, Te Deum de Charpentier, excertos de Manfred, de Schumann (dir. Pedro Neves) Messiah, de Handel, a Paixão Seg. São João, de J. S. Bach, Missa de João Domingos Bomtempo, 9ª Sinfonia de Beethoven (TNSC, dir. Joana Carneiro), Stabat Mater de Rossini e ainda o solo do Stabat Mater de Szymanowski (no St. David’s Hall). No âmbito da Música Antiga, apresenta-se regularmente com o ensemble Avres Servas, dirigido por Nuno Oliveira.
Cristóvão Luiz
Natural de Lisboa, estudou violino com Klàra Erdei e piano com António Ferreira e António Toscano. Licenciou-se na ESMAE (Porto) com Sofia Lourenço e Luísa Tender, trabalhando também com Markus Groh na HMT-Hannover. Participou em masterclasses com Sequeira Costa, Tania Achot, Fernando Puchol e Markus Tomas. Obteve o Prémio de Interpretação Helena Sá e Costa em 2005. Colaborou em projectos artísticos com Thiérry Barbé, David Heyes, Cesário Costa, António Saiote, Iva Barbosa, Vítor Faria, Klara Rundel, Quarteto Vintage de Clarinetes, José Eduardo Gomes, Ana Ferraz, Julien Beaudiment e Michel Bellavance, entre outros. Músico-convidado da Orquestra Sinfónica do Porto e Côro Casa da Música. Desde 2005 é pianista-acompanhador no Conservatório de Música do Porto
PROGRAMA
GIOACHINO ROSSINI:
“Stabat mater”
Cujus animam – tenor
Quis est homo – dueto- soprano e mezzo-soprano
Pro peccatis – baixo
Sancta Mater, istud agas- quarteto
Fac ut portem – Mezzo-soprano
Inflammatus – soprano
“Petite Messe Solemnelle”
Gratias agimus tibi- terceto- Mezzo/ tenor/baixo
Domine Deus- tenor
Qui tollis, peccata- dueto- Soprano/ Mezzo
Quoniam- baixo
Cricifixus-Soprano
Agnus dei- Mezzo
NOTAS AO PROGRAMA
Gioachino Antonio Rossini (1792-1868) foi um dos mais famosos compositores do seu tempo (conhecido até em Calcutá, como escrevia Stendhal!). O seu fervor rítmico, a sua inesgotável inventividade melódica e uma perceção agudíssima da sensibilidade do seu tempo tornaram-no astro de inexcedível grandeza, para desespero e incredulidade de músicos como Beethoven ou Wagner. O corpo mais importante da produção rossiniana é um conjunto de 39 óperas, repartidas pelos mais diversos géneros, mas o compositor deixou-nos ainda uma vastíssima produção de música sacra e de música de câmara. Da sua música sacra destacam-se títulos como Messa di gloria, Tantum ergo, O salutaris hostia, Petite Messe Solennelle – e ainda o Stabat Mater que hoje ouviremos neste Festival tão marcado pela figura da Virgem Dolorosa.
A obra de Rossini baseia-se na estrutura tradicional do Stabat Mater. Iniciada em 1831, mas só terminada após dez anos, foi composta numa segunda fase da carreira, pouco depois de o autor se ter retirado do mundo da ópera. Em 1831 Rossini viajava por Espanha e aí Fernández Varela encomendou-lhe uma versão do tradicional texto litúrgico do Stabat mater. Rossini conseguiu completar parte da sequência em 1832, mas a saúde impossibilitou-o de completar a encomenda. Tendo apenas escrito metade da partitura (nos. 1 e 5–9), pediu ao seu amigo Giovanni Tadolini para compor seis andamentos adicionais e apresentou a obra completa a Varela como se apenas sua fosse. Esta versão foi estreada no Sábado Santo de 1833 na Capela de San Felipe el Real em Madrid.
Depois de Madrid, não voltou a ser apresentada porque após uma embrenhada questão legal por causa da publicação Rossini finalizou a obra em 1841, substituindo a música de Tadolini. Esta versão inteiramente rossiniana do Stabat Mater foi executada na íntegra pela primeira vez em Paris na Salle Ventadour do Théâtre des Italiens, a 7 Janeiro de 1842, com um elenco que contava com as gloriosas vozes de Giulia Grisi (soprano), Emma Albertazzi (mezzo-soprano), Mario (tenor), e Antonio Tamburini (barítono). Esta estreia constituiu um triunfo. Há relatos que nos dizem que o nome de Rossini era gritado durante os aplausos. Em Março desse mesmo ano Gaetano Donizetti dirigiu a estreia italiana em Bolonha com igual entusiasmo do público e aí o quarteto de solistas incluía Clara Novello (soprano) e Nikolay Ivanov (tenor). Esta Clara Novello foi aplaudidíssima em Lisboa na década de 40 do século XIX. O anúncio da estreia deste Stabat Mater provocou um artigo muito amargo de Wagner, na altura em Paris. Assinou-o como "H. Valentino" e nele escrevia que achava incompreensível a popularidade de Rossini. Apesar de a obra ser marcadamente diferente das suas composições profanas, os críticos da Alemanha do Norte, tal como nos diz Heinrich Heine num ensaio sobre Rossini, criticaram a obra porque era "demasiadamente mundana, sensual e exuberante para um tema religioso." Tal como depois, os mesmos alemães, diriam da Messa da Requiem de Verdi.
O Stabat Mater rossiniano é escrito para o usual quarteto de solistas vocais (soprano, mezzo, tenor, baixo), coro misto e orquestra com trompetes, tímpanos, trombones e cordas.
Escrita em 1841 para tenor solo, a seção andantino maestoso "Cuius animam", com a sua melodia tão memorizável e “operática” é muitas vezes executada como trecho autónomo em concertos e recitais por ser veículo excecional para qualquer tenor exibir a sua técnica de bravura.
Jorge Rodrigues.
-
- Ficha artística
- Soprano | Dora Rodrigues
- Mezzo | Rossana Rinaldi
- Tenor | Marco Alves dos Santos
- Baixo | André Henriques
- Piano | Cristóvão Luiz
-
- Ficha técnica
- Classificação etária | M/6
- Duração aproximada | 60 min.
- Evento online
- Direitos reservados
- Texto e imagem
Rua Dr. Joaquim de Meira
4810 Guimarães