O Bando do Surunyo
Elementos | |
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Igreja da Misericórdia Largo da Misericórdia, 4800-413 Guimarães |
- Concertos
- Da Quaresma à Páscoa
O Bando do Surunyo
Festival Internacional de Música Religiosa de Guimarães
[VI EDIÇÃO]
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Informação para o mapa Elementos Basílica de São PedroLargo do Toural,
4810-427 Guimarães
pageDatas27 MarçoSábadoHorário21:30
Cupertinos
“TRISTIS EST ANIMA MEA”
Localização - Geo ArtigoMoradaLargo do Toural,
4810-427 Guimarães
- Concertos
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Informação para o mapa Elementos Paço dos Duques de BragançaRua Conde D. Henrique,
4810-412 GuimarãespageDatas28 MarçoDomingoHorário21:30
Leonor Barbosa de Melo, José Carlos Araújo e Nuno Cardoso
“AS CANTATAS E SONATAS DE SCARLATTI; BACH E KUHNAU“
Localização - Geo ArtigoMoradaRua Conde D. Henrique,
4810-412 Guimarães- Concertos
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Informação para o mapa Elementos Igreja de São DomingosRua D. João I,
4810-422 Guimarães
pageDatas30 MarçoTerçaHorário21:30
Ludovice Ensemble e André Baleiro
“O BARÍTONO NA PAIXÃO“
Localização - Geo ArtigoMoradaRua D. João I,
4810-422 Guimarães
- Concertos
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Informação para o mapa Elementos Igreja de São FranciscoLargo de São Francisco,
4810-429 Guimarães
pageDatas31 MarçoQuartaHorário21:30
Orquestra de Guimarães e Solistas
“STABAT MATER PERGOLESI“
Localização - Geo ArtigoMoradaLargo de São Francisco,
4810-429 Guimarães
- Concertos
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Informação para o mapa Elementos Paço dos Duques de BragançaRua Conde D. Henrique,
4810-412 GuimarãespageDatas01 AbrilQuintaHorário21:30
Konstantin Derri, José Carlos Araújo e Nuno Cardoso
“STABAT MATER DOLOROSA”
Localização - Geo ArtigoMoradaRua Conde D. Henrique,
4810-412 Guimarães- Concertos
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Informação para o mapa Elementos Igreja de Nossa Senhora da OliveiraLargo da Oliveira,
4800-438 Guimarães
pageDatas02 AbrilSextaHorário21:30
Quarteto de Cordas de Guimarães
“O QUARTETO NA PAIXÃO”
Localização - Geo ArtigoMoradaLargo da Oliveira,
4800-438 Guimarães
- Concertos
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Informação para o mapa Elementos Convento de Santo António dos CapuchosRua Dr. Joaquim de Meira
4810 GuimarãespageDatas03 AbrilSábadoHorário21:30
Dora Rodrigues, Rossana Rinaldi, Marco Alves dos Santos, André Henriques e Cristóvão Luiz
"ROSSINI SACRO"
Localização - Geo ArtigoMoradaRua Dr. Joaquim de Meira
4810 Guimarães- Concertos
21:30
O programa aqui apresentado parte do mote Qui Tollit Peccata Mundi (Que tirais o pecado do mundo), que se segue ao texto Agnus Dei (Cordeiro de Deus), propondo um roteiro que aborda temáticas do pecado e da redenção, do amor divino e do triunfo de Cristo. No contexto renascentista, marcado por uma rica atividade musical na península ibérica, surgem vários nomes de destaque, como Mateo Flecha el viejo (1481 – 1553), compositor espanhol conhecido pela composição de Vilancicos e Ensaladas, que inaugura e encerra o concerto com duas Ensaladas: El Fuego e La Justa. No contexto Português destacam-se as obras de dois compositores de um período de ouro da composição renascentista, nomeadamente Duarte Lobo (c. 1565 – 1646) e Manuel Cardoso (1566 – 1650), com dois motetes que ilustram o estilo polifónico da época, sobre temática religiosa. O programa encerra com Pedro de Cristo (1550-1618), Mestre de Capela do Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra, com duas obras polifónicas, um vilancico que aborda a temática do sofrimento de Cristo, e uma letrilha na qual Jesus surge como bebé, antevendo-se o seu martírio em adulto.
PROGRAMA
QUI TOLLIT PECCATA MUNDI
Poéticas devocionais em torno da vida e martírio de Cristo
I. DO PECADO E DA REDENÇÃO
Mateo Flecha el viejo (1481 – 1553)
El fuego (ensalada a 4)
Duarte Lobo (c. 1565 – 1646)
Pater peccavi (motete a 5)
Manuel Cardoso (1566 – 1650)
Aquam quam ego dabo (motete a 5)
II. DO AMOR DIVINO
Pedro de Cristo (1550 – 1618)
Ai mi Dios que causa ha sido (vilancete ao divino a 4)
Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra (c. 1650)
Dexad al niño que llore (letrilha ao divino a 5)
III. DO TRIUNFO DE CRISTO
Mateo Flecha el viejo (1481 – 1553)
La justa (ensalada a 4)
O Bando de Surunyo é um ensemble especializado na interpretação de música dos séculos XVI e XVII. O nome é retirado de um vilancico seiscentista português e significa “bando de estorninhos”. O ensemble é a frente interpretativa e laboratorial de um projecto multidisciplinar que incide particularmente sobre repertório inédito albergado por fontes portuguesas, apresentando em quase todos os seus concertos obras inéditas em primeira audição moderna. O projecto abrange, porém, música tanto de aquém como de além-fronteiras, tendo como objectivo proporcionar ao público, através da música e da poesia, o contacto com a pluralidade, ecletismo e riqueza do pensamento e imaginário do renascimento e barroco europeus.
Os nossos concertos são preparados sobre uma rigorosa base de investigação musicológica e no estudo aprofundado do contexto histórico e cultural da música que interpretamos. Todas as obras são preparadas directamente a partir dos manuscritos ou impressos originais e interpretadas utilizando instrumentos e práticas interpretativas historicamente informadas.
A íntima relação entre som e palavra que emerge na música na transição do Quinhentos para o Seiscentos é o eixo central da abordagem d’O Bando de Surunyo ao estudo e interpretação do repertório. O som colocava-se então ao serviço do texto, veiculando, ilustrando e potenciado o seu conteúdo poético e afectivo. A transmissão eficaz e eloquente desse conteúdo nas suas múltiplas leituras e funções — literal, teatral, histórica, simbólica, religiosa, política e filosófica — constitui a base para a construção de uma concepção interpretativa que persegue hoje o mesmo objectivo da música de então: divertir e comover o público através da palavra, do gesto e do som. Todo o projecto assume pois um alcance estético e comunicativo alargado onde, fazendo uso de práticas interpretativas e sonoridades históricas, se procura criar um objecto artístico pertinente, significativo e impactante para o público de hoje.
O Bando de Surunyo tem realizado concertos de norte a sul de Portugal e no estrangeiro, destacando-se os seguintes: IV, V, VI, VII, VIII e IX Jornadas Musicológicas Mundos e Fundos (Coimbra, 2015-2020); II Festival Internacional de Dança Portingaloise (V. N. Gaia, 07/2016); V Festival de Música Antiga Sons Antigos a Sul (Lagos, 08/2016); 3º Festival Internacional de Guitarra de Lagoa (Lagoa, 09/2016); Ciclos Musicórdia MMXVI e MMXVIII (Esposende, 2016 e 2018); Ciclo Cultura Viva - Fundação Manuel António da Mota (Porto, 12/2016); IX Festival dos Descobrimentos (Lagos, 05/2017); Festival Internacional Gaia todo um mundo (V. N. Gaia 06/2017); Festival CA Noroeste (Ponte da Barca 03/2018); Música em SI Maior (ciclo de música barroca) - temporadas 2018 e 2019 (Loures); Dia Especial de Natal Euroradio / Antena 2 com transmissão radiofónica mundial (Lisboa, 12/2018); 1º Ciclo de Música Barroca (Cambados, Espanha, 08/2019); 8º Festival Internacional de Música Antiga Abvlensis (Ávila, Espanha, 08/2019); Encontros Internacionais de Música Antiga de Loulé Francisco Rosado (Loulé, Portugal, 10/2019); Festivais de Outono (Aveiro e Águeda, 11/2019); 9º Fora do Lugar – Festival Internacional de Músicas Antigas (Idanha-a-Nova, 09/2020); 32ª Temporada de Música em S. Roque (10/2020, Lisboa); Festival Internacional de Música da Primavera de Viseu (04/2021); 33ª Temporada de Música em S. Roque (10/2021, Lisboa); Festival Antena 2 (02/2022, Porto).
O Bando de Surunyo é dirigido por Hugo Sanches, doutorado com distinção e louvor em Estudos Musicais pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, mestre e licenciado em Interpretação Musical (música antiga - alaúde) pela Escola Superior de Música e Artes do Espectáculo (ESMAE, Porto), e pós-graduado em psicologia da música pela Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto. Reparte a sua actividade entre a interpretação, o ensino e a investigação, especializando-se em música dos séculos XVI e XVII nos domínios tanto da prática interpretativa, como da teoria e pensamento estético e filosófico. É coordenador do Curso de Música Antiga da ESMAE e professor convidado na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. É ainda investigador do Centro de Estudos Clássicos e Humanísticos da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra onde se dedica sobretudo ao estudo, edição e interpretação do repertorio musical ibérico inédito do século XVII.
Notas ao Programa
O programa aqui apresentado parte do mote Qui Tollit Peccata Mundi (Que tirais o pecado do mundo), que se segue ao texto Agnus Dei (Cordeiro de Deus), propondo um roteiro que aborda temáticas do pecado e da redenção, do amor divino e do triunfo de Cristo. É através da música que atravessaremos o caminho destas temáticas pela mão de compositores de um espaço ibérico em verdadeira efervescência cultural. Considerado um período de inigualável riqueza em Portugal e Espanha, o Renascimento trouxe uma circulação de ideais humanistas com particular reflexo na música. A abundância de repertório composto para ocasiões litúrgicas é notória, com grandes centros de atividade polifónica, como Évora ou Coimbra, assim como nos principais centros de Espanha, mas também de outros géneros musicais apresentados no contexto da corte.
É disso evidência o compositor que abre e encerra este programa, o compositor Mateo Flecha el viejo (1481 – 1553), diretor de música da catedral de Lleida, tendo também servido em Guadalajara, Valença e Singüenza. Foi, a partir de 1544, professor de música das infantas filhas do Rei Filipe II, de Espanha. O seu catálogo musical inclui vários Vilancicos e Ensaladas, este último género musical vocal (a 4 ou 5 vozes) que era bastante popular na corte e que resultava na mistura de vários idiomas, texturas e estilos musicais. El fuego constitui um exemplo de uma ensalada a 4, na qual o compositor coloca em jogo o fogo, que representa o pecado, e a água que representa a salvação. Em La Justa, por seu turno, é representado um combate entre Lúcifer, Adão e Jesus, entre o bem e o mal, intercalando a narração e os diálogos com excertos de alguns salmos (n.º 6, n.º 117) e da Bíblia (Isaías, Evangelho de S. João).
Nesta primeira secção encontramos também as obras de dois compositores portugueses coevos, Duarte Lobo (c. 1565 – 1646) e Manuel Cardoso (1566 – 1650), considerados nomes destacados da idade de ouro da composição portuguesa. Pater Peccavi (5 vozes) constitui um dos poucos motetes da autoria de Duarte Lobo que chegou até nós. Foi composto a partir de um tema do Miserere Mei de Josquin, retratando o carácter penitencial associado ao filho pródigo. De Manuel Cardoso, Aquam quam ego dabo, motete a 5 vozes, consiste noutro exemplo de polifonia renascentista, com o texto do Evangelho de S. João (4:149, que se refere ao encontro entre Jesus e uma mulher samaritana.
De Pedro de Cristo (1550-1618), surgem duas obras em programa. Foi um dos mais relevantes polifonistas portugueses do seu tempo, ligado ao Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra, onde foi Mestre de Capela e desempenhou outras funções musicais. Compôs vários vilancicos, de entre os quais Ai mi Dios que causa ha sido, a 4 vozes, no qual aborda a temática do sofrimento de Cristo. Na letrilha Dexad al niño que llore, Jesus surge como bebé, antevendo-se o seu martírio em adulto, num poema em que os intervenientes debatem o que fazer à criança, concluindo que não vale a pena açoitá-lo, mas antes deixá-lo chorar até que adormeça.
- Organização
Município de GuimarãesDireção artística | Orquestra de Guimarães
Direção de Produção | Sociedade MusicalParceiros
Insigne e Real Colegiada de Nossa Senhora da Oliveira
Irmandade de Nossa Senhora da Penha
Irmandade do Príncipe dos Apóstolos São Pedro
Real Irmandade de Nossa Senhora da Consolação e Santos Passos
Santa Casa da Misericórdia de Guimarães
Sociedade Martins Sarmento
Venerável Ordem Terceira de São Domingos
Venerável Ordem Terceira de São Francisco -
Ficha artística
Evento realizado de acordo com Resolução do Conselho de Ministros e normas da Direção Geral de Saúde em vigor
O Bando do Surunyo
Marta Martins – tiple
Raquel Mendes – tiple
Patrícia Silveira – alto
Carlos Meireles – tenor
Sérgio Ramos – baixo
Laura Puerto – harpa ibérica de duas ordens
Xurxo Varela – viola da gamba
Hugo Sanches – alaúde & direção
Classificação etária | M/6
Duração aproximada | 65 minDireitos reservados
Texto e imagem
Largo da Misericórdia,
4800-413 Guimarães