Guimarães Project Room 11 • O envenenamento de Chronos

Manuel Rodrigues nasceu em Guimarães em 1951.

Vive e trabalha em Guimarães. Formado na Escola Superior de Belas Artes do Porto, no Curso Superior de Pinturq, expõe desde 1982 em exposições coletivas e individuais, entre as quais se destacam, entre outras, a I Exposição de Arte Contemporânea, Museu Soares dos Reis, Porto (1982); a I Bienal de Vila do Conde, Mom’Arte; a I Bienal de Tapeçaria de Matosinhos ou a Euroarte, Guimarães. Foi professor na Escola Secundária Martins Sarmento e na Escola Superior Artística do Porto, tendo influenciado várias gerações de artistas. A definição de Tempo, enquanto sucessão de acontecimentos, está inerente a existência do Universo, portanto da evolução como processo de mudanças que se sucedem, sobrepõem ou anulam.

O Tempo que vivemos, fértil nesta sucessão de acontecimentos, hoje toldados por dúvida, verdade e materialidade, leva-nos a questionar o que nos aguarda. Estaremos a viver em função de um conjunto de acontecimentos que, à semelhança de Chronos, apenas refletem o nosso receio em sermos anulados ou esquecidos. E quando surgirá a revolta que nos permitirá libertar desta ideia de opressão e esquecimento? Olhando para este momento de outra percetiva, é curiosa a situação em que esta exposição coloca o artista que lhe dá matéria. Professor e pedagogo desde cedo, será ele alvo desta síndrome de Chronos? Ou, à semelhança da esmagadora maioria dos criadores, foi engolido por uma qualquer ordem estética e crítica que, envenenando o Tempo, os anulou? Ou ainda, de um outro ponto de vista, estarão os artistas atuais remetidos a um Tempo que tudo consome e descarta. Será a arte apenas um elemento de usufruto efémero, esquecendo-se a sua intenção de questionamento, reflexão, futuro… Esta exposição é o resultado de um trabalho colaborativo com os alunos da escola Secundária Martins Sarmento.