Traço Contínuo de José Paulo Ferro
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Museu Arqueológico da Sociedade Martins Sarmento Rua Paio Galvão | ![]() |
- Exposições
Traço Contínuo de José Paulo Ferro
Inauguração de exposição de desenho
TRAÇO CONTÍNUO
José Paulo Ferro, NOV. 2023
A exposição de José Paulo Ferro (Alcobaça, 1955) resulta de um encontro de dois ciclos do seu trabalho que, em parte, puderam ser vistos em Guimarães em 2004 e 2009 sob os títulos “A Solidão das Árvores” e “Excuse Me While I Kiss the Sky,” na Galeria Gomes Alves. Estes trabalhos, realizados desde os anos 90 do Séc. XX, permitiram-lhe fazer agora uma espécie de arqueologia que resultou no reencontro com os desenhos que levaram à construção do contínuo que vai ser exposto na parede maior da galeria, formando uma antologia do seu trabalho de desenho nos últimos 30 anos.
Os desenhos mais recentes, ainda céus como em 2009, mas também sofás, devem bastante às quarentenas da pandemia de Covid 19, aos isolamentos nos sofás de nossas casas e à recuperação desses outros écrans que são as janelas que, no seu caso, lhe permitiram ver tantos e tão desafiantes céus.
Passada a pandemia entrou a Humanidade(?) numa série de guerras que lembram algumas frases dos poemas de David Byrne usadas nalguns desenhos que integrarão a exposição como: “It´s okay to be afraid” ou “the sound of gun-fire, of in the distance, I´m getting used to it now”, escritas há mais de 30 anos, mas com uma actualidade que permanece evidente e triste.
Através do desenho, da fotografia ou da pintura José Paulo Ferro parte do que vê à sua volta para tentar recriar para os outros uma experiência da emoção que o “espectáculo do mundo” * lhe produz. O que nesta exposição chamou desenho contínuo é, afinal, um contínuo de desenhos em que a natureza, especialmente as árvores e as nuvens, alimentam o seu desejo de também criar e partilhar beleza e perfeição.
Nas palavras do artista parafraseando David Byrne: “Here are the drawings that I made, were I am”.
* “Sábio é o que se contenta com o espectáculo do mundo”, escreveu Ricardo Reis.
José Paulo Ferro nasceu em Alcobaça em 1955. Frequentou a Escola Superior de Belas Artes de Lisboa tendo feito o Bacharelato em Design e a Licenciatura em Artes Plásticas/ Pintura. Foi aluno e monitor do Instituto Português de Fotografia e foi professor de Artes Visuais nos ensinos básico e secundário entre 1976 e 2021.
Expõe colectivamente desde 1975 e individualmente desde 1980. Foi premiado em 1981 na “Exposição de Pintura e Desenho” da Câmara Municipal de Lisboa, em 1982 no “Salão de Primavera” do Casino Estoril, em 1989 na “I Bienal de Fotografia” de Vila Franca de Xira e no “Prémio Soctip Jovens Pintores”, em 1993 na “III Bienal de Fotografia” de V. F. de Xira e no “II Prémio Nacional de Pintura Júlio Resende” em 2004 na “Exposição/Celebração do 1650.º Aniversário do Nascimento de Santo Agostinho” e em 2020 o prémio “Salão dos Sócios” da S.N.B.A.. Ilustrou os livros “A Porta” de José Fanha, edição Quetzal, e “Saha, a Gata” de Colette, para a Colares Editora; em 2013 publicou o livro de fotografia “Roll Over, Adeus Anos 70” na Sistema Solar com o apoio da Fundação EDP.
Participou, como artista plástico, nas equipas vencedoras dos concursos para os hospitais de Ponta Delgada e Santa Maria da Feira integrado no atelier de arquitectura Aripa; concebeu ainda tratamentos murais para os hospitais de Penafiel e Tomar em colaboração com o mesmo atelier.
Em 1999, por proposta do Studio Milou Architecture, realizou em Paris duas litografias para o novo espaço cultural da Mairie de Niort. Em 2001, foi seleccionado para aquisição pelo júri da “VII Mostra Unión Fenosa”, passando a integrar a colecção do M.A.C.U.F.. Está representado em diversas colecções particulares e públicas como as do Hospital de Alcobaça, da C. M. de Vila Franca de Xira, do antigo Banco de Fomento, da Caixa Geral de Depósitos, da Portugal Telecom, ou do Instituto Camões.
- Organização
Sociedade Martins Sarmento -
Inauguração dia 23 de fevereiro pelas 18:00
https://pedraformosa.blogspot.com/
Rua Paio Galvão
4814-509 Guimarães