“Homenagem a José Maria Pedrosa Cardoso (1942 – 2021): Vida e Obra”
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“Homenagem a José Maria Pedrosa Cardoso (1942 – 2021): Vida e Obra”
Festival Internacional de Música Religiosa de Guimarães
[VI EDIÇÃO]
19:00







[texto escrito em 2013 por José Maria Pedrosa Cardoso, adaptado para este concerto por Sérgio Fontão]
Este concerto resulta de um importante códice musical existente na Sociedade Martins Sarmento (Gs SL 11-2-4), composto cerca de 1580. Trata-se da música da Semana Santa, na qual é especialmente relevado o canto dramático da Paixão de Cristo, tal como se cantava em Santa Cruz de Coimbra no século XVI. Sabe-se desta evidência pelo facto de existir na Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra um códice similar, infelizmente maltratado (Cug MM 56), que teria sido usado na Liturgia do Domingo de Ramos, da Terça, Quarta e Sexta-Feira Santas. O facto de este livro de música se encontrar em Guimarães deve explicar-se pela mesma razão de, entre os três livros de música existentes na Biblioteca Nacional de Portugal que pertenceram ao Convento de Santa Clara de Guimarães, existir um (Ln LC 59) proveniente de Santa Cruz de Coimbra com música de D. Pedro de Cristo, um dos principais compositores daquele mosteiro crúzio e o autor provável das principais polifonias deste códice: uma explicação que a história regista devido à irradiação da importante música criada no dito Mosteiro de Coimbra por outros centros religiosos do nosso país.
Descoberto que foi este códice, devidamente estudado e contextualizado em tese de doutoramento, primeiro, e logo preparado para sair a público em edição fac-similada e cuidadosamente apresentada, com a respectiva transcrição para música moderna, graças ao investimento de Guimarães Capital Europeia da Cultura 2012, assim se tornou possível a execução moderna da música utilizada na Semana Santa de Coimbra e Guimarães. Na música da Paixão que aqui vai ser cantada, e em relação ao que acontecia já em todas as igrejas portuguesas do século XVI, em que o tonus passionis era muito diferente do praticado em toda a cristandade, sobressaem duas autênticas novidades: a primeira é a existência de alguns versículos da Paixão cantados a três vozes, especialmente alguns ditos de Cristo, assim obviamente enfatizados; e a segunda é um canto monofónico claramente mensuralizado, isto é, submetido a regras de ritmo por vezes muito diferenciado. Tudo o qual se explica pela mística da Paixão concebida no Mosteiro de Santa Cruz, justificando bem o seu nome, e pela fama que tiveram os cantores do mesmo Mosteiro, reconhecida até na vizinha Espanha.
A Paixão segundo São João vai ser acompanhada por um Benedictus e uma ladainha de defuntos, a quatro vozes, do mesmo códice da Sociedade Martins Sarmento, e terá ainda o contributo especial do canto das turbas da Paixão composto por D. Pedro de Cristo, tal como existe na Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra (Cug MM 18 e MM 53).
Apresenta-se, assim, em versão de concerto, o canto solene da Paixão, tal como se teria feito em Guimarães, provavelmente na Colegiada da Oliveira, a partir do século XVI, no qual o texto do Evangelho era assinalado por três diáconos cantores, os quais, além de executarem a três vozes os versos especiais acima referidos, repartiam entre si o drama da Paixão cantando, em diferentes níveis de recitativo, os papéis de narrador, de Cristo e dos restantes personagens intervenientes no relato evangélico.
INTERVENÇÕES
Elisa Lessa
Sérgio Fontão
Manuela Pedrosa Cardoso
Pedro Moreira – moderação
CORO VOCES CAELESTES
A PAIXÃO DE GUIMARÃES segundo o códice crúzio SL 11-2-4 da Sociedade Martins Sarmento
PROGRAMA
Passio Domini Nostri Jesu Christi secundum Joannem
Benedictus
Litania Defunctorum
TEXTOS
PAIXÃO DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO SEGUNDO JOÃO
C = Cronista (Narrador)
† = Cristo
†† = Ditos a 3 vozes
S = Sinagoga (Outros personagens)
SS = Turbas a 4 vozes
C. NAQUELE TEMPO, Jesus saiu com os discípulos para o outro lado da torrente do Cédron, onde havia um horto, e ali entrou com os seus discípulos. Judas, aquele que o ia entregar, conhecia bem o sítio, porque Jesus se reunia ali frequentemente com os discípulos. Judas, então, guiando o destacamento romano e os guardas ao serviço dos sumos sacerdotes e dos fariseus, munidos de lanternas, archotes e armas, entrou lá.
Jesus, sabendo tudo o que lhe ia acontecer, adiantou-se e disse-lhes: † «Quem buscais?» C. Responderam-lhe: SS. «JESUS, O NAZARENO.» C. Disse-lhes Ele: † «Sou Eu!» C. E Judas, aquele que o ia entregar, também estava junto deles. Logo que Jesus lhes disse: 'Sou Eu!', recuaram e caíram por terra. E perguntou-lhes segunda vez: † «Quem buscais?» C. Disseram-lhe: SS. «JESUS, O NAZARENO!» C. Jesus replicou-lhes: † «JÁ VOS DISSE QUE SOU EU. SE É A MIM QUE BUSCAIS, ENTÃO DEIXAI ESTES IR EMBORA.» C. Assim se cumpria o que dissera antes: 'Dos que me deste, não perdi nenhum.' Nessa altura, Simão Pedro, que trazia uma espada, desembainhou-a e arremeteu contra um servo do Sumo Sacerdote, cortando-lhe a orelha direita. O servo chamava-se Malco. Mas Jesus disse a Pedro: † «Mete a espada na bainha. Não hei-de beber o cálice de amargura que o Pai me ofereceu?»
C. Então, o destacamento, o comandante e os guardas das autoridades judaicas prenderam Jesus e manietaram-no. E levaram-no primeiro a Anás, porque era sogro de Caifás, o Sumo Sacerdote naquele ano. Caifás era quem tinha dado aos judeus este conselho: 'Convém que morra um só homem pelo povo'. Entretanto, Simão Pedro e outro discípulo foram seguindo Jesus. Esse outro discípulo era conhecido do Sumo Sacerdote e pôde entrar no seu palácio ao mesmo tempo que Jesus. Mas Pedro ficou à porta, de fora. Saiu, então, o outro discípulo que era conhecido do Sumo Sacerdote, falou com a porteira e levou Pedro para dentro. Disse-lhe a porteira: S. «Tu não és um dos discípulos desse homem?» C. Ele respondeu: S. «Não sou.» C. Lá dentro estavam os servos e os guardas, de pé, aquecendo-se à volta de um braseiro que tinham acendido, porque fazia frio. Pedro ficou no meio deles, aquecendo-se também. Então, o Sumo Sacerdote interrogou Jesus acerca dos seus discípulos e da sua doutrina. Jesus respondeu-lhe: † «Eu tenho falado abertamente ao mundo; sempre ensinei na sinagoga e no templo, onde todos os judeus se reúnem, e não disse nada em segredo. Porque me interrogas? Interroga os que ouviram o que Eu lhes disse. Eles bem sabem do que Eu lhes falei.» C. Quando Jesus disse isto, um dos guardas ali presente deu-lhe uma bofetada, dizendo: S. «É assim que respondes ao Sumo Sacerdote?» C. Jesus replicou: † «SE FALEI MAL, MOSTRA ONDE ESTÁ O MAL; MAS, SE FALEI BEM, PORQUE ME BATES?» C. Então, Anás mandou-o manietado ao Sumo Sacerdote Caifás.
Entretanto, Simão Pedro estava de pé a aquecer-se. Disseram-lhe, então: SS. «NÃO ÉS TU TAMBÉM UM DOS SEUS DISCÍPULOS?» C. Ele negou, dizendo: S. «Não sou.» C. Mas um dos servos do Sumo Sacerdote, parente daquele a quem Pedro cortara a orelha, disse-lhe: S. «Não te vi eu no horto com Ele?» C. Pedro negou Jesus de novo; e nesse instante cantou um galo. De Caifás, levaram Jesus à sede do governador romano. Era de manhã cedo e eles não entraram no edifício para não se contaminarem e poderem celebrar a Páscoa. Pilatos veio ter com eles cá fora e perguntou-lhes: S. «Que acusações apresentais contra este homem?» C. Responderam-lhe: SS. «SE ELE NÃO FOSSE UM MALFEITOR, NÃO TO ENTREGARÍAMOS.» C. Retorquiu-lhes Pilatos: S. «Tomai-o vós e julgai-o segundo a vossa Lei.» C. Disseram-lhe os judeus: SS. «NÃO NOS É PERMITIDO DAR A MORTE A NINGUÉM». C. Assim se cumpriu o que Jesus tinha dito, quando explicou de que espécie de morte havia de morrer. Pilatos entrou de novo no edifício da sede, chamou Jesus e perguntou-lhe: S. «Tu és rei dos judeus?» C. Respondeu-lhe Jesus: † «Tu perguntas isso por ti mesmo, ou porque outros to disseram de mim?» C. Pilatos replicou: S. «Serei eu, porventura, judeu? A tua gente e os sumos sacerdotes é que te entregaram a mim! Que fizeste?» C. Jesus respondeu: †«A minha realeza não é deste mundo; se a minha realeza fosse deste mundo, os meus guardas teriam lutado para que Eu não fosse entregue às autoridades judaicas; portanto, o meu reino não é de cá.» C. Disse-lhe Pilatos: S. «Logo, Tu és rei!» C. Respondeu-lhe Jesus: † «É como dizes: Eu sou rei! Para isto nasci, para isto vim ao mundo: para dar testemunho da Verdade. Todo aquele que vive da Verdade escuta a minha voz.» C. Pilatos replicou-lhe: S. «Que é a verdade?» C. Dito isto, foi ter de novo com os judeus e disse-lhes: S. «Não vejo nele nenhum crime. Mas é costume eu libertar-vos um preso na Páscoa. Quereis que vos solte o rei dos judeus?» C. Eles puseram-se de novo a gritar, dizendo: SS. «ESSE NÃO, MAS SIM BARRABÁS!» C. Ora Barrabás era um salteador.
Então, Pilatos mandou levar Jesus e flagelá-lo. Depois, os soldados entrelaçaram uma coroa de espinhos, cravaram-lha na cabeça e cobriram-no com um manto de púrpura; e, aproximando-se dele, diziam-lhe: SS. «SALVE! Ó REI DOS JUDEUS!» C. E davam-lhe bofetadas. Pilatos saiu de novo e disse-lhes: S. «Vou trazê-lo cá fora para saberdes que eu não vejo nele nenhuma causa de condenação.» C. Então, saiu Jesus com a coroa de espinhos e o manto de púrpura. Disse-lhes Pilatos: S. «Eis o Homem!»
C. Assim que viram Jesus, os sumos sacerdotes e os seus servidores gritaram: SS. «CRUCIFICA-O! CRUCIFICA-O!» C. Disse-lhes Pilatos: S. «Levai-o vós e crucificai-o. Eu não descubro nele nenhum crime.» C. Os judeus replicaram-lhe: SS. «NÓS TEMOS UMA LEI E, SEGUNDO ESSA LEI, DEVE MORRER, PORQUE DISSE SER FILHO DE DEUS.» C. Quando Pilatos ouviu estas palavras, mais assustado ficou. Voltou a entrar no edifício da sede e perguntou a Jesus: S. «Donde és Tu?» C. Mas Jesus não lhe deu resposta. Pilatos disse-lhe, então: S. «Não me dizes nada? Não sabes que tenho o poder de te libertar e o poder de te crucificar?» C. Respondeu-lhe Jesus: † «NÃO TERIAS NENHUM PODER SOBRE MIM, SE NÃO TE FOSSE DADO DO ALTO. POR ISSO, QUEM ME ENTREGOU A TI TEM MAIOR PECADO.» C. A partir daí, Pilatos procurava libertá-lo, mas os judeus clamavam: SS. «SE LIBERTAS ESTE HOMEM, NÃO ÉS AMIGO DE CÉSAR! TODO AQUELE QUE SE FAZ REI DECLARA-SE CONTRA CÉSAR.» C. Ouvindo estas palavras, Pilatos trouxe Jesus para fora e fê-lo sentar numa tribuna, no lugar chamado Lajedo, ou Gabatá em hebraico. Era o dia da Preparação da Páscoa, por volta do meio-dia. Disse, então, aos judeus: S. «Aqui está o vosso Rei!» C. E eles bradaram: SS. «FORA! FORA! CRUCIFICA-O!» C. Disse-lhes Pilatos: S. «Então, hei-de crucificar o vosso Rei?» C. Replicaram os sumos sacerdotes: SS. «NÃO TEMOS OUTRO REI, SENÃO CÉSAR.» C. Então, entregou-o para ser crucificado. E eles tomaram conta de Jesus.
Jesus, levando a cruz às costas, saiu para o chamado Lugar da Caveira, que em hebraico se diz Gólgota, onde o crucificaram, e com Ele outros dois, um de cada lado, ficando Jesus no meio. Pilatos redigiu um letreiro e mandou pô-lo sobre a cruz. Dizia: «Jesus Nazareno, Rei dos Judeus.» Este letreiro foi lido por muitos judeus, porque o lugar onde Jesus tinha sido crucificado era perto da cidade e o letreiro estava escrito em hebraico, em latim e em grego. Então, os sumos sacerdotes dos judeus disseram a Pilatos: SS. «NÃO ESCREVAS 'REI DOS JUDEUS', MAS SIM: 'ESTE HOMEM AFIRMOU: EU SOU REI DOS JUDEUS.'» C. Pilatos respondeu: S. «O que escrevi, escrevi.»
C. Os soldados, depois de terem crucificado Jesus, pegaram na roupa dele e fizeram quatro partes, uma para cada soldado, excepto a túnica. A túnica, toda tecida de uma só peça de alto a baixo, não tinha costuras. Então, os soldados disseram uns aos outros: SS. «NÃO A RASGUEMOS; TIREMO-LA À SORTE, PARA VER A QUEM TOCARÁ.» C. Assim se cumpriu a Escritura, que diz: Repartiram entre eles as minhas vestes e sobre a minha túnica lançaram sortes. E foi isto o que fizeram os soldados.
Junto à cruz de Jesus estavam, de pé, sua mãe e a irmã da sua mãe, Maria, a mulher de Clopas, e Maria Madalena. Então, Jesus, ao ver ali ao pé a sua mãe e o discípulo que Ele amava, disse à mãe: † «MULHER, EIS O TEU FILHO! » C. Depois, disse ao discípulo: † «EIS A TUA MÃE!» C. E, desde aquela hora, o discípulo acolheu-a como sua.
Depois disso, Jesus, sabendo que tudo se consumara, para se cumprir totalmente a Escritura, disse: † «Tenho sede!» C. Havia ali uma vasilha cheia de vinagre. Então, ensopando no vinagre uma esponja fixada num ramo de hissopo, chegaram-lha à boca. Quando tomou o vinagre, Jesus disse: † «TUDO ESTÁ CONSUMADO.» C. E, inclinando a cabeça, ENTREGOU O ESPÍRITO.
Como era o dia da Preparação da Páscoa, para evitar que no sábado ficassem os corpos na cruz, porque aquele sábado era um dia muito solene, os judeus pediram a Pilatos que se lhes quebrassem as pernas e fossem retirados. Os soldados foram e quebraram as pernas ao primeiro e também ao outro que tinha sido crucificado juntamente. Mas, ao chegarem a Jesus, vendo que já estava morto, não lhe quebraram as pernas. Porém, um dos soldados traspassou-lhe o peito com uma lança e logo brotou sangue e água. Aquele que viu estas coisas é que dá testemunho delas e o seu testemunho é verdadeiro. E ele bem sabe que diz a verdade, para vós crerdes também. É que isto aconteceu para se cumprir a Escritura, que diz: Não se lhe quebrará nenhum osso. E também outro passo da Escritura diz: HÃO-DE OLHAR PARA AQUELE QUE TRESPASSARAM.
Depois disto, José de Arimateia, que era discípulo de Jesus, mas secretamente por medo das autoridades judaicas, pediu a Pilatos que lhe deixasse levar o corpo de Jesus. E Pilatos permitiu-lho. Veio, pois, e retirou o corpo. Nicodemos, aquele que antes tinha ido ter com Jesus de noite, apareceu também trazendo uma mistura de perto de cem libras de mirra e aloés. Tomaram então o corpo de Jesus e envolveram-no em panos de linho com os perfumes, segundo o costume dos judeus. No sítio em que Ele tinha sido crucificado havia um horto e, no horto, um túmulo novo, onde ainda ninguém tinha sido sepultado. Como para os judeus era o dia da Preparação da Páscoa e o túmulo estava perto, foi ali que puseram Jesus.
BENEDICTUS
Bendito seja o Senhor Deus de Israel, porque visitou e libertou o seu povo
E deu-nos o apoio de salvação, na casa do seu servo David
Conforme tinha falado pela boca dos seus santos, os seus profetas de outrora
Salvou-nos dos nossos inimigos e das mãos de quantos nos odiavam
Fazendo misericórdia aos nossos pais, lembrando-se do seu santo testamento
Ratificando connosco o juramento que fizera com Abraão nosso pai
Para que, sem temermos os nossos inimigos, o possamos servir
Na santidade e na justiça na sua presença em todos os dias da nossa vida
E tu, menino, serás chamado profeta do Altíssimo, pois irás preparar os caminhos do Senhor
Para dar a conhecer a salvação ao seu povo com o perdão de todos os seus pecados
Através dos sentimentos de misericórdia do nosso Deus, pelos quais nos visitou nascido do alto
Iluminando os que se sentam nas trevas e nas sombras da morte e dirigindo os nossos pés pelos caminhos da paz
LITANIA DEFUNCTORUM
Jesus Redentor, recebe a sua alma no paraíso
Santa Maria, ora por ele, intercedendo por nós
São Miguel, ora por ele, intercedendo por nós. Ámen.
Texto da Difusora Bíblica online adaptado ao canto da Paixão por José M. Pedrosa Cardoso
Voces Caelestes é um grupo vocal de constituição variável, de acordo com as exigências das obras a interpretar. Esta característica, aliada à vasta experiência dos cantores que o integram – que se estende da música medieval à criação musical contemporânea –, permite às Voces Caelestes abordar um extenso repertório.
Assim, desde a sua estreia, em Setembro de 1997, o grupo tem interpretado obras de Machaut, Ciconia, Lantins, Dufay, Josquin, Lasso, Victoria, Gesualdo, Monteverdi, Allegri, Buxtehude, Bach, Händel, Vivaldi, Scarlatti, Haydn, Schubert, Beethoven, Brahms, Debussy, Ravel, Franck, Grieg, Stanford, Britten, Lloyd Webber e Lopes-Graça, entre outros. Paralelamente, tem feito incursões esporádicas nos domínios da ópera e de outros espectáculos multidisciplinares, tendo participado nas produções de Platée (Rameau), Cenas do Fausto de Goethe (Schumann), A Flauta Mágica, As Bodas de Fígaro (Mozart), A Filha do Regimento (Donizetti), Sonho de uma Noite de Verão (Mendelssohn), Peter Pan (Bernstein) e Rigoletto (Verdi) encenadas por Tito Celestino da Costa e nos espectáculos Deus. Pátria. Revolução (Luís Bragança Gil/Luísa Costa Gomes), Crioulo - uma ópera cabo-verdiana (António Tavares/Vasco Martins), Le Carnaval et la Folie (Destouches), Paride ed Elena (Gluck), Armida (Mysliveček) e Don Giovanni (Mozart). A par do seu empenhamento na divulgação da música antiga portuguesa – traduzido, até agora, na apresentação de obras de Duarte Lobo, Filipe de Magalhães, Frei Manuel Cardoso, Estêvão Lopes Morago, Diogo Dias Melgaz, Francisco Martins, António Teixeira, Carlos Seixas, Francisco António de Almeida, João Rodrigues Esteves e Pedro António Avondano –, as Voces Caelestes têm dedicado especial atenção à música contemporânea. Neste âmbito, estrearam em Portugal obras de Alberto Colla, Gabriel Erkoreka, Steve Martland e Franck Villard e apresentaram em estreia mundial obras de Pedro Amaral (Os Jogadores de Xadrez), Alain Bioteau (Vat 69), Pedro Carneiro (… ni mots, ni signes…), Tiago Derriça (Alma), João Madureira (Requiem pela Aurora de Amanhã) e Vito Žuraj (O magnum mysterium).
Este vasto repertório tem sido apresentado em diversos auditórios de Lisboa (Centro Cultural de Belém, Culturgest, Fundação Calouste Gulbenkian, Teatro Municipal de São Luiz, Teatro Nacional de São Carlos, Teatro Thalia, Museu Nacional de Arte Antiga, Jardim Botânico e Palácio Nacional da Ajuda, Sé Patriarcal, Basílica dos Mártires, Igreja de S. Nicolau, Igreja de S. Roque, Igreja de S. Vicente de Fora, Convento do Beato e Convento da Encarnação), bem como noutras localidades (Cascais, Castelo Branco, Caxias, Coimbra, Évora, Fátima, Guimarães, Mértola, Óbidos, Portimão, Porto, Santarém, Santiago do Cacém, Setúbal, Sintra, Tavira), no âmbito de algumas das mais prestigiadas manifestações musicais (Festival de Sintra, Festival Estoril Lisboa, Terras sem Sombra - Festival de Música Sacra do Baixo Alentejo, Festival Internacional de Música de Coimbra, Primavera Musical - Festival Internacional de Música de Castelo Branco, Guimarães 2012 - Capital Europeia da Cultura, Jornadas Internacionais "Escola de Música da Sé de Évora", Comemorações dos 250 Anos do Nascimento da Cantora Luísa Todi, Música em São Roque, Festival Internacional de Órgão de Lisboa, Festival Rota dos Monumentos, Festival das Artes). Em Agosto de 2006, as Voces Caelestes fizeram a sua estreia internacional, participando, com grande sucesso, no prestigiado Festival Internacional de Música Antiga de Daroca (Espanha). O grupo participou na gravação do CD de música sacra Alleluia, da soprano Teresa Cardoso de Menezes, gravou para a RTP excertos do Te Deum de Frei José Marques e Silva e colaborou com o agrupamento Os Músicos do Tejo na primeira gravação mundial da obra Il Trionfo d'Amore, de Francisco António de Almeida.
As Voces Caelestes têm-se apresentado a cappella e em colaboração com instrumentistas como a cravista Ana Mafalda Castro, a harpista Stéphanie Manzo, a pianista Ana Telles, a contrabaixista Marta Vicente, os organistas António Duarte, António Esteireiro, Isabel Albergaria, João Santos, João Vaz, Margarida Oliveira, Rui Paiva e Sérgio Silva, os violoncelistas Paulo Gaio Lima e Miguel Ivo Cruz e os percussionistas Abel Cardoso, Pedro Carneiro e Jean-François Lézé, e agrupamentos como Camerata Academica Salzburg, Orquestra de Câmara Portuguesa, Orquestra Metropolitana de Lisboa, orquestra barroca Capela Real, Divino Sospiro, Ludovice Ensemble, Os Músicos do Tejo, Orquestra Aldrabófona, Quarteto ArtZen, Segréis de Lisboa e Sete Lágrimas, sob a direcção dos maestros Pedro Amaral, Stephen Barlow, Martyn Brabbins, Luís Bragança Gil, Pedro Carneiro, Harry Christophers, Laurence Cummings, Christian Curnyn, Osvaldo Ferreira, Sérgio Fontão, Alexander Frey, Leonardo García Alarcón, Manuel Ivo Cruz, Fernando Miguel Jalôto, Nicholas Kraemer, Marcos Magalhães, Massimo Mazzeo, Manuel Morais, Pedro Neves, Enrico Onofri, Elio Orciuolo, Jean-Bernard Pommier, João Paulo Santos, Peter Schreier, Garry Walker e Michael Zilm.
- Organização
Município de GuimarãesDireção artística | Orquestra de Guimarães
Direção de Produção | Sociedade MusicalParceiros
Insigne e Real Colegiada de Nossa Senhora da Oliveira
Irmandade de Nossa Senhora da Penha
Irmandade do Príncipe dos Apóstolos São Pedro
Real Irmandade de Nossa Senhora da Consolação e Santos Passos
Santa Casa da Misericórdia de Guimarães
Sociedade Martins Sarmento
Venerável Ordem Terceira de São Domingos
Venerável Ordem Terceira de São Francisco -
Ficha artística
CORO VOCES CAELESTES
Claire Rocha e Inês Tavares Lopes - sopranos
Joana Nascimento e Rita Morão Tavares - contraltos
Manuel Gamito e Pedro Miguel - tenores
José Bruto da Costa e Pedro Casanova - baixos
João Rodrigues - tenor solista
Carlos Pedro Santos e Manuel Rebelo - baixos solistas
Sérgio Fontão - direção
Classificação etária | M/6
Duração aproximada | 45 minEvento realizado de acordo com Resolução do Conselho de Ministros e normas da Direção Geral de Saúde em vigor
Direitos reservados
Texto e imagem
Rua Paio Galvão
4814-509 Guimarães